O metaverso é o futuro. Mas nem todos entendem o que essa nova experiência significa. Para se ter uma ideia, a pesquisa Into the Metaverse, feita em julho de 2021 pela Wunderman Thompson, registrou que apenas 38% dos entrevistados conheciam o termo. Agora, mais de seis meses depois, esse número deve ter mudado – principalmente após a mudança de nome do Facebook, no final de 2021 – mas a confusão sobre o conceito de metaverso e das tecnologias em seu entorno existe.
Em seu nível mais básico, o metaverso é uma extensão das vidas aprimoradas pela tecnologia, segundo a Wunderman Thompson. Atualmente, existe uma série de mundos e experiências virtuais distintas, como a série de concertos do Fortnite, Vans World in Roblox ou Horizon Workrooms, da Meta – que disse que irá investir US$ 10 bilhões para criar seu próprio ambiente on-line imersivo.
O que é o metaverso?
O termo surgiu pela primeira vez no livro de ficção científica Snow Crash, do escritor Neal Stephenson, publicado em 1992. Na obra, o personagem Hiro Protagonist é um entregador de pizzas na vida real. Mas, no mundo virtual, ele se transforma em um hacker samurai. O autor chamou essa realidade digital de metaverso. No futuro, no entanto, o metaverso se expandirá para um mundo interconectado e ilimitado, onde as vidas digitais e físicas convergem totalmente.
Já para Kerry Muprhy, fundador e CEO da The Fabricant, o metaverso é apenas uma camada digital da vida, uma extensão do físico para o reino digital. “O metaverso existirá quando tudo o que fazemos digitalmente estiver completamente conectado”, coloca o especialista.
Além disso, Alexander Fernández, CEO e fundador da Streamline Media Group, acredita que o metaverso é onde as personas física e digital se tornam uma realidade unificada. O que acontece em um afeta o outro e vice-versa. Não é como o filme Ready Player One. O metaverso é, em muitos aspectos, a próxima geração de plataformas digitais que já se tornaram uma parte indispensável da vida cotidiana. Como o capitalista de risco e ensaísta do metaverso Matthew Ball explicou, é um “estado sucessor da internet móvel”.
Em consonância, em uma visão mais complexa, Ryan Mullins, CEO e fundador da Aglet, postula que o metaverso é uma nova dimensão virtual que fica no topo da realidade física. O executivo vê isso como a próxima fase da internet do consumidor.
Glossário sobre o metaverso
Por mais que a temática tenha entrado em voga recentemente, devido à mudança de nome do grupo Facebook para Meta, em outubro do ano passado, o metaverso existe há algum tempo e, de acordo com especialistas, emergirá lentamente à medida que diferentes produtos, serviços e recursos se integram e se fundem.
Um metaverso completo ainda não se materializou, mas os avanços nas tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada estão anunciando sua chegada. E muitos dos hábitos fundamentais e cotidianos que irão formar o metaverso já existem: o levantamento Into the Metaverse constatou que 76% dos consumidores dizem que sua vida e atividades dependem da tecnologia, o que sustenta a proliferação de plataformas de jogos enquanto redes sociais e destinos culturais.
Mas para os profissionais que trabalham no segmento de tecnologia ou em companhias com interesse em investir em experiências, produtos e serviços que envolvam o metaverso, é preciso conhecer alguns termos que são inerentes a esse fenômeno.
Pensando nisso, a Wunderman Thompson produziu um glossário com os principais conceitos presentes nessa esfera do conhecimento e que devem se popularizar daqui para frente, são eles:
Descentralização e distribuição de propriedade: representa a ideia de que o metaverso não será regulado ou administrado por uma única corporação ou indivíduo.
Espaços liminares: uma nova geração de espaços de encontro e locais de eventos que incorporam elementos físicos e virtuais.
Gêmeos digitais: espaços físicos que foram clonados no mundo virtual para promover familiaridade e eficiência.
Interoperabilidade: a capacidade de experiências, posses e identidades virtuais viajarem de forma inalterada entre plataformas.
NFTs: os tokens não-fungíveis são certificados digitais de autenticidade que formarão a base da propriedade digital.
Organizações autônomas descentralizadas: são organizações digitais lideradas pela comunidade que são executadas na tecnologia blockchain.
Persistência: a continuação da vida virtual, independentemente de as pessoas estarem online ou offline.
Realidade estendida: termo abrangente que engloba realidades aumentadas, virtuais e mistas.
Teletransporte virtual: uma nova forma de viagem ou colaboração tecnologicamente habilitada que usa renderizações multissensoriais e fotorrealistas para fazer o indivíduo se sentir como se estivesse na mesma sala que alguém que poderia estar do outro lado do mundo (físico).
Web 3.0: uma internet imersiva, aberta e descentralizada baseada em blockchain que permitirá uma fusão perfeita da vida virtual e física.
O que está por vir?
O metaverso representa, hoje, a imagem da inovação: é a união da tecnologia com o investimento das empresas para gerar experiências únicas e personalizadas. Não é para menos que Microsoft, Nike, Nvidia e Epic Games estão projetando suas plataformas nesse sentido. Fato é que a educação, o trabalho, o entretenimento e a economia (com as criptomoedas) podem se beneficiar desses avanços.
Durante a live de apresentação da Meta, Mark Zuckerberg afirmou que o metaverso pode fazer parte do nosso dia a dia nos próximos cinco ou 10 anos. Mas o único consenso entre os especialistas é de que esse não é um sonho para o curto prazo, pois depende de diversos fatores, como o 5G, que ainda não foi totalmente implantado no Brasil.
O desconhecido, inicialmente, assusta. Mas quando o trabalho é bem executado, as recompensas virão. Muitos ainda não sabem quais são os pontos em potencial desse universo que está se criando, entretanto, uma coisa é certa: será surpreendente.
Por: AMANDA MEDEIROS
Matéria adaptada do portal: https://www.consumidormoderno.com.br/
Para ler na íntegra acesse: https://www.consumidormoderno.com.br/2022/03/02/cartilha-metaverso-conhecimento/